
EVENTO DE ENCERRAMENTO
O terceiro gênio da psicanálise, Wildfred Bion, mostrou-nos que as manifestações da arte são experiências emocionais plenas de significado e riqueza.
Por isso, o Curso de Psicoterapia Vincular Dialética encerra suas atividades em um encontro cheio de poesia, música, teatro, cinema, artes plásticas e muitas reflexões sobre vários assuntos relacionados à psicanálise de Bion.
Convidamos você para conhecer um pouco mais desse universo conosco.
23 e 24 de agosto - Entrada franca
23/08 - 14h às 20h30 - Fundação de Educação Artística - R. Gonçalves Dias, 320 - Funcionários - BH
24/08 - 8h30 às 17h - Faculdade de Medicina da UFMG - Av. Alfredo Balena, 190 - Sala 34 - BH
As artes e a Psicoterapia Vincular-Dialética
A palavra é a mãe de todas as artes. Assim como a literatura, a psicanálise nasce desse mesmo útero. A linguagem contida nas artes carrega o signo das vivências humanas. Wilfred Bion quando revolucionou a Psicanálise introduzindo nela outras ciências , a filosofia ,e as artes em suas diversas manifestações (pintura, música, literatura), torna a experiência analítica benéfica, não só para o paciente, mas também, para o analista. Ambos, na travessia das vivências na análise tem a grande oportunidade de expandir seu universo mental.Assim, a psicoterapia vincular dialética enfatiza a importância dos “vínculos” internos e externos, presentes em cada pessoa e respectivos grupos de convívio. O modelo “dialético” implica nesta nova maneira de ver a relação entre analista e analisando, o que corresponde capacidade de “pensar” as experiências emocionais. As manifestações da arte, são experiências emocionais plenas de significado e riqueza.
Sobre a poesia, nos diz Paulo César Sandler: “Poesis, criação, não é partenogenética, trata-se de um casamento com a realidade, na acepção biológica de casamento masculino/feminino. O artista deixa-se penetrar e inseminar tanto por sua intuição como pelos dados sensoriais que, simultaneamente, procura de modo intuitivo. Esses dados já lhe estão disponíveis, e então potentemente insemina de volta esta situação, e cria. (Sandler, 1999)
A Poesia revivida pela Renascença tardia inglesa, ou seja, John Milton e Shakespeare, ramificada na Alemanha de Goethe e Herder, frutos da Reforma de Lutero, mostrava, ainda que sem formular claramente – coisa que só emergiu de vez com a Psicanálise, por Freud – que tudo isso se dá inconscientemente.
O artista interno de cada um, o gerador de sonhos, o “tecelão de mitos”, no dizer de Sapienza e Junqueira Filho (1996), faz do mesmo modo: à espera de um psicanalista que ouça o sonho, se insemine com ele e, com associações livres, no sonho conjunto que hoje chamamos “sessão psicanalítica”, utilize-o para se aproximar da realidade psíquica de cada paciente.