
Pensar é Trans-Formar
Março – dia 2 – Sexta Feira:
Seminário: “Pensar é Trans-formar”
Horário: 19 às 22 horas
Convidado: Luiz Carlos Uchoa Junqueira Filho - Psiquiatra; Membro Efetivo e Analista Didata do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBPSP) da qual foi Presidente.
Coordenação: Gisele de Mattos Brito - Psicóloga (MG); Psicanalista Didata do Grupo de Estudos Psicanalíticos de Minas Gerais (GEPMG); Secretária Geral do Grupo de Estudos Psicanalíticos de Minas Gerais (GEPMG); Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBP/SP).
Síntese:
A busca da verdade para o espírito humano enredado na trama universal de um fluxo permanentemente confuso de eventos, circunstâncias e turbulência intrínseca, tem sido sempre a busca do invariável, seja ele denominado Idéias, Formas, Arquétipos, Números ou Deuses. (Robert Lawlor).
Em 1986 apresentei, em Brasília numa Jornada da ABP, um trabalho sobre o Valor psicanalítico do equivalente mental visual, impressionado que estava (e que ainda estou) com a afirmação de Bion (1965, p. 90-91) sobre o "poder superior da contraparte mental visual para iluminar um problema" quando comparada com as demais contrapartes mentais sensoriais. Essa contraparte, ele nos explica, corresponde a aquilo que fazemos quando visualizamos um ponto ou uma linha sem que eles estejam incrustados num suporte de representação, mas que estejam sendo descritos como sendo frutos do "uso do olho interior", da "visualização", do "ver pela imaginação" e assim por diante.
Daquele dia até hoje, fui me envolvendo progressivamente com algo que, por falta de uma melhor definição, denominei de "representação plástica da experiência emocional", e que me levou a campos muito interessantes como o da elaboração de figurinos, da arte bruta, do cinema, da fotografia, da especularidade, da escultura, da dança, da cenografia, da arquitetura, da vertente modernista da tipografia e do design gráfico. Assim, junto com um professor de arte, produzi um vídeo sobre um filme de Peter Greenaway, escrevi um trabalho contrastando as obras de Arthur Bispo do Rosário e Joseph Beuys, estudei a evolução da fisiognomonia de Leonardo até Freud, montei um CD retratando o colapso sonoro de Billie Holliday, descrevi o encontro de Bion e Beckett a partir de um filme do dramaturgo e até me aventurei a extarir da natureza uma forma vegetal para expô-la no meu jardim.
Bibliografia Básica
Bion, W. R. (1965). Transformations. London: Heinemann
Junqueira Filho, L. C. U. (2003). Sismos e Acomodações: a clínica psicanalítica como uma usina de idéias. São Paulo: Ed. Rosari.
Junqueira Filho, L. C. U. (2008). A “disputa” entre Becket e Bion. Revista Brasileira de Psicanálise, vol.42, nº 2.
Monk, R. (1991). The duty of genius (Biografia de Wittgenstein). Penguim Books.
Janik, A. e Toulmin, S. (1991). A Viena de Wittgenstein. São Paulo: Ed. Campus.
Perloff, M. (2008). A escada de Wittgenstein. São Paulo: Edusp.
Knowlson, J. (1996). Damned to fame. (Biografia de Beckett). Grove Press.
Anzieu, D. (1994). Beckett et la psichanaliste. Paris: L’Aire/Archimbaud.
Rezze, C. J.; Marra, E. S. et. Petricciani, M. (2011). Psicanálise : Bion. Clínica – Teoria. São Paulo: Vetor